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terça-feira, 24 de setembro de 2013 às 03:32

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O que está na caixa? A Fé Insensata do Ateísmo e do Agnosticismo [Parte 1]

O que está na caixa? A Fé Insensata do Ateísmo e do Agnosticismo [Parte 1]


Os ateístas modernos veem o ateísmo como justificável e científico enquanto o Cristianismo é descartado como um pensamento ansioso. Ciência e razão têm nos livrado da autoridade religiosa dogmática e da ignorância da fé cega, eles dizem. “Deus” como um conforto para o medroso e a explicação de todas as coisas para a mente simples não é mais necessário. A Ciência expôs esta muleta conveniente como mera fantasia. Pessoas sensatas examinam os fatos do universo para tirar conclusões científicas, deixando a noção obsoleta de um Deus soberano nas prateleiras de livros com outros contos de fadas.

No nosso breve estudo, portanto, iremos examinar as alegações “sensatas” e “científicas” do ateísta e do agnóstico comparadas à fé “insensata” e “cega” dos Cristãos. Poderia o reverso realmente ser verdade? Poderia ser que a fé Cristã não é nem cega nem insensata, enquanto os melhores argumentos do ateísmo e agnosticismo serem construídos de passos sem base, de uma fé cega?

Os resultados poderão surpreendê-lo.

Respondendo ao Ateísta

 

Capítulo Um: As Alegações Gerais do Ateísta


A Natureza e o Objetivo da Alegação do Ateísta relacionada a Deus, Homem e Toda Realidade.

À primeira vista, a alegação do ateísta de que “Deus não existe” parece ser uma simples declaração sobre a existência de Deus. Na verdade, é muito mais.

Dizer que Deus não existe implica muitas coisas referentes à natureza da humanidade e do universo, assim como de Deus. Por exemplo, dizer que Deus não existe é dizer que a humanidade e todas as coisas não são criadas, ou tiveram o seu começo, ordem e existência continuadas por si mesmas.

Dizer que Deus não existe é dizer que as leis da física e da biologia não foram criadas, ordenadas e sustentadas por Deus, porém operam com ordem precisa e padrões estabelecidos (leis) por elas mesmas. Dizer que Deus não existe é dizer que todo o amor, pensamento e existência física das pessoas existem por si mesmos à parte da sabedoria e poder de Deus.

Dizer que Deus não existe é dizer que qualquer coisa e tudo tem seu começo, existência e propósito à parte de Deus. O “Big Bang” ou diferentemente, de qualquer forma que o ateísta possa tentar explicar a origem, ordem, e magnificência do universo, não tem nada haver com “Deus”.

Portanto, a afirmação “Deus não existe” é muito mais ampla que parece a princípio, já que ela se refere à natureza de tudo que existe agora, sempre existiu ou sempre existirá. É uma alegação dogmática do que pode ou não pode ser verdade ou realidade última. E enquanto o ateísta possa humildemente admitir ignorância de muitas coisas neste mundo, isto ele sabe por certo: o universo e tudo nele não são criados, ordenados e sustentados por Deus, pois Deus não existe.

A Natureza e o Objetivo da Alegação do Ateísta em Relação ao Conhecimento, Verdade e Autoridade Suprema.

Em adição às declarações gerais relativas à natureza de Deus, humanidade e toda realidade, alegações semelhantes são subentendidas em relação à natureza do conhecimento, verdade e autoridade suprema. Como os ateístas alegam existir independentemente de Deus, assim eles creem que podem observar interpretar e fazer declarações verdadeiras sobre a natureza do universo a parte de Deus. Conhecimento verdadeiro, verdade absoluta e autoridade suprema para saber e falar a verdade existe à parte de Deus. A explanação de Deus da origem e natureza da realidade não é necessária, já que a realidade pode ser observada e interpretada com autoridade desde a limitada perspectiva do intérprete humano. E enquanto o ateísta possa admitir a possibilidade de ter falsas opiniões, ao negar a existência de Deus ele declara sua própria opinião ou interpretação da realidade como verdade com autoridade. Por exemplo, assegurar que toda vida existe à parte do Deus criador e sustentador é presumir a própria capacidade de alguém fazer uma interpretação verdadeira e com autoridade da origem e da existência final da vida.

Naturalmente, poucos teriam coragem de chamar para si mesmos a autoridade final e determinante da verdade e a sua própria interpretação da realidade como absoluta verdade. No entanto, os ateístas fazem exatamente isto.[1] Como a existência de Deus e a explicação do universo são negadas, o limitado ponto de vista do intérprete humano é presumido ser o último lugar de autoridade. E enquanto os ateístas adequadamente admitem sua ignorância em relação a muitas coisas, eles permanecem certos de que Deus não existe e que nada da realidade é criado, ordenado e sustentado por Deus e que o limitado ponto de vista de um ser humano finito é suficiente para fazer tais declarações autoritárias de “verdade”.[2] Se esta suposição é sensata ou não discutiremos depois, porém veja bem que o objetivo das alegações ateístas em relação a Deus, homem e realidade, também se aplica à natureza do conhecimento, verdade e autoridade final. Para assegurar a própria interpretação de alguém em relação à origem e natureza da realidade como verdade é se colocar como a autoridade final e determinante da verdade. Neste caso o ateísta assumiu o lugar de Deus.

A Natureza e Objetivo das Alegações do Ateísta em Relação à Ética ou Moralidade.

Naturalmente segue que o juiz final da natureza de Deus, humanidade, realidade, conhecimento, verdade e autoridade final será o juiz final do certo e do errado. Assumir nenhuma responsabilidade para Deus é assumir a opinião humana como a maior autoridade moral e a vontade humana como livre para fazer o que quiser (submetida às restrições feitas pelo homem). À parte de Deus, a humanidade faz as regras.[3] Isto não quer dizer que todos os ateístas vivem vidas imorais comparados com o não ateísta, ou que os ateístas não têm suas próprias razões para viver uma vida “moral”.[4] Quer dizer que uma negação da existência de Deus é uma alegação de independência das leis e julgamento de Deus. “Sem Deus” significa nenhum padrão definitivo de certo ou errado, nenhuma responsabilidade final e nenhum julgamento supremo. Portanto, as alegações do ateísta são amplas em sua ética, estendendo para o governo moral do universo, o destino final da humanidade após a morte e a existência da responsabilidade final daí em diante para o mau comportamento na presente vida. Dizer que Deus não existe é dizer muitas coisas.

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[1] Mesmo que o ateísta admitisse que sua opinião não fosse mais válida do que a opinião de outro, assumindo de que Deus não existe concede autoridade final para a própria interpretação de alguém da realidade, contudo.

[2] Naturalmente, muitos hoje negariam que alguém possa fazer declarações com autoridade da verdade embora tal declaração seja ela mesma um alegação auto contraditória da verdade. A contradição é facilmente ilustrada pela declaração exagerada: “não existe tal coisa como a verdade, e esta é a verdade!”

[3] Friedrich Nietzsche, um filósofo germânico do século 19 e ardente oponente do Cristianismo escreveu que: “a virtude necessita ser nossa própria invenção, nossa própria maior necessidade pessoal e autodefesa: em qualquer outro sentido, uma virtude é um perigo”.  “As leis mais básicas de preservação e crescimento requerem... que cada um inventasse suas próprias virtudes” [sua ênfase]. Friedrich Nietzsche, The Anti-Christ: A Curse on Christianity, in The Anti-Christ, Ecce Homo, Twilight of the Idols, and Other Writings. Ed. Aaron Ridley and Judith Norman, trans. Judith Norman. Cambridge Texts in the History of Philosophy (Cambridge: Cambridge University Press, 2005), 9-10, §11. Consistente com os princípios da teoria da evolução, o ateísmo de Nietzsche levou à exaltação do poder: “Bom” é “tudo o que aumenta a sensação de poder da pessoa, desejo do poder, do poder e si” enquanto o “mal” é “tudo que é derivado da fraqueza”.  “Felicidade” é “a sensação de que o poder está crescendo, que alguma resistência foi vencida”. Não satisfação, porém mais poder, não paz, porém guerra; não virtude, porém proeza... O fraco e as falhas deveriam perecer: primeiro princípio do nosso amor à humanidade.  E eles deveriam ser ajudados a fazer isso. O que é mais prejudicial do que qualquer vício? – Pena ativa para todas as falhas e fraquezas – Cristianismo (4, §2). “A ideia Cristã de Deus – Deus como um Deus do fraco (doente)... é uma das concepções mais corruptas de Deus que o mundo jamais viu” (15, §18).

[4] Nietzsche desprezou a moralidade Cristã, porém nem todos os ateístas são tão consistentes com as implicações morais do seu ponto de vista como Nietzsche. Muitos alegam uma base para a moralidade que reflete de perto a moralidade Cristã mesmo quando sua visão de mundo afirma a seleção natural evolucionária e sobrevivência do mais adaptado. Eles presumem a visão de mundo Cristã mesmo quando a negam. O mesmo é verdade da sua condução da ciência, filosofia ou outra coisa. A verdade da visão de mundo Cristã é suposta como o universo é presumido ser ordenado de acordo com leis uniformes e consistentes e não de acordo com caos aleatório e imprevisível. Uma discussão adequada deste ponto está além do objetivo deste livreto. Porém observe que o ateísta não vive e não pode viver de acordo com uma aplicação consistente dos seus próprios princípios professados. Ele necessariamente vive como se Deus existisse enquanto nega Sua existência.

Originalmente publicado como: "What’s In The Box? The Unreasonable Faith Of Atheism And Agnosticism".
Traduzido por Césio Johansen de Moura. Revisado por Felipe Cruz de Melo.
Utilizado com permissão de Craig Biehl, 2011. http://bible.org Copyright ©1996-2013 Todos os direitos reservados.


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