Páginas

segunda-feira, 25 de agosto de 2014 às 03:29

25
ago

O cristão nas trevas da depressão

O cristão nas trevas da depressão

No contexto cristão, muitas vezes, confessar a depressão ou pedir ajuda para sair desse estado escuro e frio pode ser visto com maus olhos por uma boa parcela das pessoas. “Isso não é coisa de crente” é uma condenação comum que vem junto de “crente não fica depressivo”.
Afirmações como estas não poderiam estar mais enganadas.

A história dos santos homens de Deus está repleta de casos em que o desespero os atingiu de tal modo que mesmo a morte parecia-lhes melhor alternativa. Moisés sentiu tão pesado o fardo de sua tarefa que confessou não ser capaz de carrega-lo, mesmo tendo sido testemunha de tudo o que Deus havia feito (Nm 11:14-15), Elias clamou pela própria morte, mesmo tendo sido instrumento de Deus para confrontar 400 profetas de Baal (1Rs 19:4), Jonas também considerou que melhor seria estar morto, ainda que tivesse sido apontado por Deus como aquele que pregaria a uma cidade inteira por arrependimento (Jn 4:8).
Mesmo homens escolhidos por Deus sofrem dores que eles consideram maiores do que eles mesmos e sofrimentos que causam dores intangíveis.
Talvez o nosso costume pessoal de ler a Palavra sem tentarmos sentir o que passavam aquelas pessoas, nos leva a uma posição impessoal, uma análise superficial, que considera toda uma vida sem considerar suas nuances, que olha para um trecho onde se mostra patente o sofrimento e a dor de um homem mas que acelera a leitura para encontrar onde todas as coisas se acertarão e tudo dará certo.
Não dá pra fazer isso na nossa vida.
Quando a depressão nos ataca ela termina por encher a nossa mente com sensações de fardo, solidão, trevas e todo tipo de experiência dolorosa que pode nos levar a pensar numa diversidade de pecados contra a nossa vida, em todas as áreas.
A depressão espiritual é real e pode chegar a níveis graves, somente quem já sofreu consegue compreender o quanto ela pode ser dura e cruel, mas, como cristãos, sabemos que a única solução só pode ser encontrada estando de joelhos, aos pés do Salvador, enquanto clamamos: “Senhor, eu creio, ainda que eu sinta vacilante a minha fé, eu creio.”
ALGUNS CONSELHOS PRÁTICOS
Se você chegou até esse artigo porque está enfrentando um negro período de depressão, pensando em tirar a própria vida ou porque conhece alguém que esteja passando por isso, deixo aqui alguns conselhos práticos de quem já luta contra a depressão há um bom tempo:
(a) Mova-se para a Luz
Por mais absurdo que possa parecer, esse não é um conselho impossível. Acredite. É certo que a depressão tira boa parte do nosso elã vital mas ela não é suficiente para nos incapacitar: nossa força está em Cristo. É Ele quem comanda as nossas vidas e Ele quem tem o poder de nos livrar do aguilhão da morte. Leia o livro de Eclesiastes, onde o autor fala abertamente sobre as dores e os sofrimentos que sente, leia os Salmos e consiga compreender os sentimentos do salmista, pois seja na vitória, seja no sofrimento, tudo o que ele deseja é que a sua vida glorifique ao Senhor. Não tenha medo de se achegar a Deus num momento de fraqueza.
(b) Você não está sozinho
Em nenhum sentido! Lendo a Bíblia você percebe que outros homens e mulheres de Deus passaram pelas dores da depressão e olhando para os lados você pode encontrar apoio com os seus irmãos e irmãs na igreja e na sua família. Não se isole tentando resolver sozinho, quando ficamos fechados toda situação só piora e os problemas e medos só parecem aumentar, ainda que eles sejam os mesmos. Confesse a depressão que você está sentindo para alguém que você confie plenamente, ore junto com essa pessoa. Não tente viver o cristianismo no modo solitário, principalmente com relação aos seus problemas.
(c) Cristo compreende o seu sofrimento
Jesus compreende PERFEITAMENTE as trevas do sofrimento humano (Hb 4:15) e Ele mesmo sofreu profundamente desde o Getsêmani ao Gólgota um sofrimento tão intenso quem provavelmente nem eu nem você nunca conseguiremos compreender. Sua tensão e a pressão que Ele sentiu eram tão terríveis que Ele chegou a suar sangue, num estado máximo de tensão. E Ele tomou parte de todos esses sofrimentos por vontade própria, para que todo aquele que fosse entregue em suas mãos pudesse ser liberto do pior de todos os sofrimentos, que é a separação eterna de Deus. Sempre que pensarmos em sofrimento precisamos começar pela cruz, pois no seu indescritível sofrimento encontramos a redenção pelos nossos pecados.
Deus nos deu uma vida para ser vivida para Ele e não para ser manipulada pelas nossas emoções e dores: se Ele vive, nossa felicidade está garantida e nossa razão de viver está alicerçada em terreno firme.

O Senhor é a nossa força, mesmo quando a nossa fé vacila.



Comentários
1 Comentários

1 comentários: