"não tenho ninguém como ele, que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês, pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo."Filipenses 2:20-21
É com esse rasgado e sincero elogio que Paulo, o apóstolo, que esteve encarcerado e impossibilitado de ir a Filipos, relata sobre a escolha e o envio de Timóteo aos Filipenses. Um elogio como esse, vindo de um dos maiores sofredores da causa do Evangelho no Novo Testamento (2 Coríntios 11.24-28), não pode nos passar desapercebido.
Ou melhor: não deveria.
Vivemos em um mundo dominado pelo individualismo, onde o ‘‘hedonismo’’ – a busca pelo prazer ou satisfação própria, de maneira desenfreada independente de Deus – tem tido grande influência não só na sociedade mas também, e infelizmente, na igreja. É normal escutarmos diariamente frases como: “o importante é ser feliz, deixe a dor para trás e busque a felicidade acima de tudo!” ou ainda “o homem nasceu para ser feliz, isso é tudo o que importa!”. Tais pensamentos podem até ser compreendidos quando vistos fora de um ambiente cristão, mas ouvi-los ecoar dentro de nossas congregações só nos mostra que o Evangelho da vida crucificada (Lucas 9:23-24) não está sendo vivido, e muito pouco é pregado em nossos dias.
Com base em algumas epístolas paulinas, compreendemos que Timóteo não foi um cristão relaxado, possuído de ambição egoísta ou, quiçá, sem compromisso para com o reino de Deus, mas ao contrário um homem que tinha uma única e sóbria missão: cooperar com a expansão do Evangelho do Reino ao lado de Paulo, perdendo ou abrindo mão da própria vida, de seus interesses, sonhos e planos, para abraçar unicamente o interesse de Cristo. Uma perda que ele bem sabia que era ganho.
Talvez a cultura daquela época não tenha sido assim tão diferente do que pensamos. Talvez a repreensão de Paulo em dizer que "todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo" seja mais atual do que pensamos. Talvez o hedonismo vivido em Filipo é o mesmo que vivemos ainda hoje, engarrafado das mais diversas formas dessa nossa sociedade consumista, mas independente de tudo, Timóteo cumpriu a vontade de Deus, vivendo o verdadeiro evangelho, sem máscaras, sem enganos, sem ‘‘oba, oba’’.
De fato Timóteo fazia jus ao próprio nome, que significa "aquele que honra e adora a Deus". Mas será que lemos um texto como esse e de fato nos movemos da nossa zona de conforto para honrar e adorar a Deus? Precisamos imitar o grande exemplo de homens de Deus como Timóteo, uma vez que ele foi imitador de Cristo, assim como Paulo também o foi (1Coríntios 11:1).
Finalizo esta breve reflexão com um pensamento de Charles Spurgeon, "Existe um evangelho de açúcar. Busque o Evangelho que rasga, que lhe faz brotar lágrimas, que lhe dá cortes e feridas na sua consciência, o evangelho que mata seu eu, porque esse é o evangelho que nos dá vida de novo."
Minha oração é que nós possamos ser homens e mulheres de Deus, ao ponto de um dia sermos achados como alguém sem igual dentre nossos pares, assim como Timóteo o foi.
"Não tenho ninguém como Timóteo"
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